A importância da análise semiótica na concepção espacial
- Hiane Oliveira

- 25 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de abr. de 2022
O que é semiótica?
Conceituando de forma objetiva, semiótica é a o estudo sobre a construção e transmissão dos significados. É a ciência que estuda a construção do significado através dos signos, nos ajudando a compreender a realidade manifestada a nossa volta.

O signo, principal objeto de estudo da semiótica, é tudo que é perceptível aos nossos sentidos e que nos faz lembrar de algo, podendo ser físico ou mental. Ele é sempre composto em uma consciência ou mente, por três elementos: (A) REPRESENTANTE, (B) REFERENTE (ou objeto) e (C) INTERPRETANTE. É produto de uma sensação (representante), de uma lembrança (objeto) e da associação (interpretante) estabelecida entre esta sensação e lembrança.
Tudo que existe nos comunica algo, verbal ou não verbalmente. A linguagem é o principal sistema de símbolos que representam ideias, sentimentos e pensamentos. Além das linguagens faladas e escritas, as representações visuais também são fortes meios de transmitir mensagens.

Escultura Cloud Gate. 2006 - Chicago, by Anish Kapoor
Qual a importância da análise dos espaços físicos sob a perspectiva da semiótica?
A arquitetura é uma área do conhecimento que também faz parte da comunicação e que trata diretamente da relação do espaço com o humano utilizando-se de formas, técnicas, representações visuais.
Adaptar ou modificar o meio em que se habita é uma prática exercida por todas as comunidades, portanto, as obras advindas deste processo são registro e parte da materialização de uma linguagem comum e suas mudanças através dos tempos, da geografia e da forma de pensar.
Ao mesmo tempo que o projeto é resultado de todos os condicionantes que compõe o agora, resultado de diversas demandas atuais, ele também pode traduzir e impactar em uma visão do futuro.
Portanto, cientes dos principais desafios enfrentados no presente, se faz responsabilidade do arquiteto pensar criticamente no impacto que os projetos terão a nível social e ambiental.
"A linguagem do ambiente construído torna-se responsável por conduzir o comportamento de seus usuários e, muitas vezes, da sociedade, além de produzir referências para projetos futuros. Essa dinâmica é estruturada como sistema de comunicação, porque nela 'são veiculadas diversas manifestações do imaginário coletivo', responsáveis pela produção de “diretrizes para o comportamento social” (Rapoport, 1982, citado em MALARD, 2006, p. 39)
Cita: Marinho Matos, L. ., Perassi Luiz de Sousa, R. ., Afonso, S. ., & Salomão Ribas Gomez, L. (2010). Semiótica peirciana aplicada à leitura da representação arquitetônica. arq.Urb, (4), 116–140. ; MALARD, M. L. As aparências em arquitetura. Belo Horizonte: UFMG, 2006



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